Ai Armiel Telere Maenen Hir

Nenhum de nós percebeu. A dança das máscaras nos cegou. Quando a luz da verdade caiu sobre Bristar já era tarde demais. Não houve tempo. O jovem humano transformou-se em um esfera de luz arcana. Gemas pronunciaram-se ao meu redor. Seldarine, eu fiz tudo para salvá-lo. Não havia tempo. Empurrei-o para longe e corri. Estava escrito. Eles sabiam? Eu me perguntava. Sabiam que eu preferiria correr ao meu salão de lembranças a salvar-me? Eles sabiam que se eu me salvasse no lugar de minhas criações, eu estaria condenando-me mil vezes mais? As gemas ao meu redor silvam. A certeza de minha morte leva lágrimas aos meus olhos. Como eu gostaria que Hawke a tivesse encontrado e dito aquelas palavras. Como eu gostaria, Hawke, que as lágrimas que agora salgam meus lábios fossem pela alegria de vê-la uma última vez. Hawke, meu amigo, teria você percebido que eu menti? Que era eu o elfo covarde? Como me envergonho de não ter sido franco. Perdoe-me. Eu poderia escapar, sim, eu poderia; mas o que é do patriarca sem seus filhos, o que é do criador sem suas criações?

Chego ao salão. As gemas cantam mais e mais alto. Como podem segundos serem tão eternos? Lithanm, que você herde as palavras da criação que eu procurei lhe ensinar. Mostre que a beleza do Seldarine está em nossa herança, não naquilo que julgam ver em nosso rosto. Meus irmãos hábeis, que vocês sejam mais fortes contra essa ameaça do que eu, que escolho morrer a ver minha criação destruída.

Profiro meus últimos versos em Seldruin. As lágrimas se foram. Corellon enche-me de confiança. Mãe da beleza, só um instante mais. Labelas, permita que eu tenha tempo para meu último gesto. Termino meu canto e minha sala de memórias some diante de meus olhos. Na mão, a coroa de flores; no corpo, a armadura do covarde elfo. Ambas ainda tem o seu cheiro. Não há mais tempo. Se eu dissesse seu nome, se eu o gritasse tão alto que as copas de Arvandor vibrassem, você ouviria o que eu tenho a dizer?

Ai Armiel Telere Maenen Hir

Assalto a Bristar.

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