A estátua de carne encouraçada com o metal celeste continua imóvel. Três dezenas deverão passar até que ele possa mover-se novamente. A fé o tomou completamente. Em orações contínuas, suas mãos unidas sangram frente à força que as une. Em sua mente um único propósito, um único deus, uma única benção. Um raio de sol doura a sua fronte e uma voz cálida como bater de asas de um falcão sob as primeiras luzes do crepúsculo paternalmente lhe fala ao coração. " Mirklo, meu fiel, meu amado servo. " Espanto toma a expressão do servo. " Não tema, meu bom Mirklo. Eu estou aqui. " Um sorriso desenha-se no rosto do mortal. A fronte curva-se mais. Os olhos percebem na sombra de si, projetada no chão, a sombra d'Outro, com sua mão repousando sobre o ombro esquerdo do servo fiel. O êxtase se apodera do homem antes impassível. Lágrimas tomam-lhe os olhos, as mãos tremem e desejam arrancar de si o coração para que não haja mais vida após tão consagrado contato. Mirklo sen...